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Camila Jara confirma pré-candidatura e quer conquistar direita com trabalho

Camila Jara continuou que os dois entendem que a legenda sempre tem de estar com um projeto que represente as suas bandeiras

| DANIEL PEDRA/CORREIO DO ESTADO


A deputada Federal Camila Jara (PT-MS) foi a última entrevistada pela CBN e Correio do Estado - Eduardo Miranda/Correio do Estado

Na última entrevista da série da Rádio CBN Campo Grande e do Jornal Correio do Estado com seis pré-candidatos à prefeitura da Capital, a deputada federal Camila Jara (PT-MS) confirmou a pré-candidatura à prefeita e que pretende conquistar os votos da direita com propostas de trabalho em prol da melhoria da cidade.

Questionada sobre a declaração da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, de que o partido não tem como prioridade lançar candidaturas a prefeito no País, Camila Jara declarou que a informação vale apenas para algumas cidades do Brasil e Campo Grande não estaria incluída.

“Ela disse que em algumas cidades do País o PT vai priorizar o arco de alianças porque entende que é preciso lutar para conseguir fazer com que a política continue no campo democrático”, ressaltou.

A pré-candidata a prefeita acrescentou que em algumas capitais o PT tirou como prioridade ter candidaturas na majoritária, mas esse não é o caso de Campo Grande. “Para a gente, ir para disputa da prefeitura tem uma importância estratégica para divulgar a política do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, revelou.

A deputada federal pontuou ainda que nas principais capitais do Brasil o PT terá pré-candidatas. “São mulheres que, assim como eu, começaram há pouco tempo na política e isso demonstra que o PT tem a capacidade de renovar seus quadros e oferecer novas opções de projetos políticos para sociedade”, argumentou.

Perguntada a respeito do fato de o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) e do deputado estadual Zeca do PT terem se posicionado contra o lançamento de pré-candidato à majoritária em Campo Grande, ela disse que, após muitos debates e embates de ideias, está tudo certo.

“Eu entendo que o Zeca e o Vander vão acabar aderindo ao projeto de forma natural ao longo da campanha eleitoral. Eles têm sentido que não precisa desse embate porque o PT Nacional entendeu a nossa capacidade de execução e de estar representando o partido na Capital”, informou.

Camila Jara continuou que os dois entendem que a legenda sempre tem de estar com um projeto que represente as suas bandeiras. “Mas eu fico muito feliz de saber que o Zeca, assim como eu, fez a primeira campanha eleitoral dele concorrendo à prefeitura”, afirmou.

FURAR A BOLHA
A pré-candidata ainda comentou sobre a sua estratégia para driblar o fato de o histórico eleitoral do município de Campo Grande ser de centro para a direita. “Nos últimos anos, a gente criou uma política e uma cultura política no Brasil que eu acho muito ruim. As pessoas entendem que a população tem que pensar em caixas e em bolhas”, declarou.

Ela prosseguiu, completando que, quando se pensa dentro de caixas ou bolhas, deixa de aprender com aquilo que é diferente e de pensar outras alternativas para solucionar os problemas enfrentados pela sociedade.

“Sempre fui minoria na Câmara Municipal da Capital, pois a base do ex-prefeito Marquinhos Trad era muito forte e a bancada do PT só tinha eu e mais um colega, mas, mesmo assim, fui a parlamentar que mais apresentou emendas ao Plano Plurianual (PPA). Foram mais de 70 emendas que foram aprovadas e a gente conseguiu derrubar o veto de 49 delas”, recordou.

Camila Jara explicou que conseguiu derrubar os vetos do então prefeito na maioria deles porque entendeu que os projetos a serem apresentados eram aqueles que fugiam da polarização direita e esquerda.

“A gente conseguiu articular e mostrar a realidade para os colegas de Câmara, então, quando falávamos que estavam faltando vagas no SUS {Sistema Único de Saúde}, não estávamos falando de direita e esquerda, mais de um problema real que existia e que tinha de ser resolvido. E toda a população esperava que a gente resolvesse”, exemplificou, acrescentando que as pessoas precisam e esperam eficiência do serviço público.

A parlamentar ressaltou que, quando sai dessa polarização de esquerda e direita, é possível avançar muito mais no debate público. “Eu tenho certeza que a gente vai fazer isso, assim como o presidente Lula está fazendo lá no Congresso Nacional”, projetou.

BOICOTE
Ao comentar a questão de os representantes do setor produtivo terem feito um boicote à visita do presidente Lula ao frigorífico JBS em Campo Grande para anunciar a retomada da exportação da carne bovina para a China, Camila Jara garantiu que o chefe do Executivo nacional não vai abandonar os agropecuaristas por conta disso.

“Primeiro eu considero uma tremenda falta de habilidade política porque você estava com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e, quando você está com o ministro do setor tão próximo, consegue pensar soluções para problemas que eles estão enfrentando no dia a dia. Entretanto, apesar desse boicote, o governo federal não vai fechar as portas para eles e deve continuar investindo, porque entende que o agronegócio é estratégico para o desenvolvimento do Brasil”, assegurou.

A parlamentar também aproveitou para dizer que espera o retorno do presidente Lula a Campo Grande o mais breve possível. “A agenda dele está muito corrida, mas a gente vai ter o apoio também da primeira-dama Janja Lula da Silva para a minha campanha eleitoral, que deve conseguir estabelecer mais parcerias”, adiantou.

Ela pontuou que é importante destacar que ninguém faz política sozinho. “Eu, enquanto vereadora, mesmo no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fui muito a Brasília (DF) porque entendia que se tinha problema de arrecadação aqui, se meu projeto não estava andando, que não estava conseguindo convencer o gestor, tinha de procurar recursos de algum lugar. Mas, quando a gente tá alinhado com o governo federal, essas coisas acontecem de maneira mais fácil”, reconheceu.

A deputada federal elogiou a postura que o governador Eduardo Riedel (PSDB) teve de sentar, mesmo pensando diferente, com o presidente Lula.

“Eu sou uma pessoa que tenho uma série de divergências ideológicas com ele (Riedel), mas, ao sentar com o governo federal para somarem juntos em um projeto de construção de políticas públicas, foi uma atitude extremamente benéfica para o Mato Grosso do Sul, que é um dos estados que mais está conseguindo captar novos programas da União”, comparou.

Na análise de Camila Jara, o governador entendeu que era preciso sentar com o governo federal para executar essas políticas públicas. “Só que não adianta a gente ter um governo federal que não tem capacidade de olhar para as cidades. Eu consigo citar uma série, até me perco, de construções do PAC {Programa de Aceleração do Crescimento} anunciadas pelo presidente Lula para as nossas cidades”, exemplificou.

Porém, ela desafiou quem poderia dizer qual foi a obra estruturante que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez em Campo Grande ou em Mato Grosso do Sul.

“Além de ficar pegando o microfone e falando besteira, o que ele fez para melhorar a vida do cidadão na ponta? E provavelmente não vai ter, porque a gente não tem nenhuma obra estruturante do governo federal na época que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava à frente do cargo porque não tinha um projeto de desenvolvimento nacional, não tinha essa ideia de que o setor público precisa atuar para conseguir melhorar a vida da população”, finalizou.


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