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Animais bebem lama para tentar se hidratar; saiba como ajudar a fauna pantaneira

| CAMPO GRANDE NEWS/GABRIELA COUTO


Foto: Reprodução/Campo Grande News

A cena é desoladora. Um veado-campeiro tenta beber água numa poça de lama. Os registros feitos por meio de câmeras traps (armadilhas fotográficas) no Pantanal mostram que a fauna está com sede na maior planície alagável do Planeta.

Com o passar dos dias e a falta de chuva, os animais viram os corixos, que antes eram abundantes, secarem. O que era lama, virou um atoleiro e depois mais nada. Apenas terra esturricada.

Nas últimas semanas, o GRAD (Grupo de Resposta a Animais em Desastre) tem encontrado diversos bichos mortos no Pantanal Norte. Sem água para poder existir, os animais morrem desidratados e alguns precisam receber atendimento médico para poder continuar lutando, se adaptando e sobrevivendo a um habitat extremo.

Com o objetivo de chamar a atenção do mundo para os graves impactos da crise climática no Pantanal, o grupo lançou a campanha #TragamÁguaParaOPantanal. A iniciativa busca mobilizar a sociedade e sensibilizar sobre os perigos que a seca extrema e as queimadas representam para a fauna e flora da região.

Carla Sássi, presidente do GRAD e médica veterinária especialista em animais silvestres, destaca a urgência da ação popular em defesa do Pantanal. "É imprescindível que a sociedade se mobilize em prol da preservação do Pantanal. Por isso, lançamos a campanha #TragamÁguaParaoPantanal, que busca conscientizar a população sobre os efeitos catastróficos das mudanças climáticas, das secas e das queimadas na fauna silvestre pantaneira", afirmou.

A campanha também visa fomentar ações concretas para mitigar esses impactos, garantindo que a biodiversidade da região seja preservada para as gerações futuras. Para ajudar, o GRAD recebe doações de qualquer valor para continuar atuando na assistência aos animais. Os interessados em contribuir com o grupo podem acessar o site https://gradbrasil.org.br/apoie-o-grad/ ou fazer um pix para o e-mail [email protected].

Dados - Em 2020, a combinação desses dois fatores resultou em uma tragédia ambiental de grandes proporções: estima-se que pelo menos 16,9 milhões de vertebrados tenham morrido, refletindo a gravidade da crise que assola o bioma.

O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o GRAD publicaram recentemente um relatório detalhado sobre os impactos da falta de água nas bacias e corixos ao longo da Transpantaneira, no Mato Grosso.

O estudo, que utilizou métodos observacionais para avaliar a saúde dos animais e a diversidade de espécies, é um alerta sobre as consequências devastadoras da crise hídrica na região.

Desde 2020, o GRAD atua na região do Pantanal Norte, no Mato Grosso, realizando resgates de animais, realocações e oferecendo assistência veterinária aos animais sobreviventes. Com essa atuação, a organização reforça a importância da preservação do bioma e do papel que cada pessoa pode desempenhar na luta contra a destruição ambiental.


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