Percentual de beneficiários do Bolsa Família bate recorde em MS
PNAD Contínua aponta que o Estado tem 12,5% das famílias do Estado recebem o benefício, o maior desde a implementação do programa
| CORREIO DO ESTADO / GLAUCEA VACCARI
O percentual de domicílios com beneficiários do programa social Bolsa Família bateu recorde em Mato Grosso do Sul no ano passado, segundo aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua - PNAD Continua - divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa quinta-feira (8).
Conforme a PNAD, em 2023, quando a nova versão do programa foi implementada, a proporção de domicílios com beneficiários foi de 12,5%. Já em 2024, o percentual chegou ao maior patamar da série histórica, com 13,2%, sendo 136 mil famílias recebendo o benefício.
Em 2019, ano que antecedeu a pandemia, essa proporção havia caído para 8,8%. No ano seguinte, com a presença do Auxílio Emergencial, a proporção de domicílios com beneficiários do Bolsa Família caiu para 6,2%.
Em 2021, com a flexibilização das medidas sanitárias, o Auxílio Emergencial passou por mudanças, como a redução no número de parcelas e do valor médio recebido pelos beneficiários e o percentual de domicílios que recebiam Bolsa Família chegou ao menor patamar da série histórica, de 4,9%.
Em 2022, esse comportamento se intensificou, com o fim do Auxílio Emergencial e a substituição do Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, chegando a 16,9%.
Ainda segundo a pesquisa, Mato Grosso do Sul é o 6º estado com maior percentual de domicílios que recebem o Bolsa Família no Brasil.
A nível nacional, o estado com maior percetual de beneficiados é o Maranhão, com 41,3%, enquanto o menor é Santa Catarina, com 4,4%.
Bolsa Família
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda do Brasil, com um modelo de benefício que considera o tamanho e as características familiares, por exemplo, aquelas com três ou mais pessoas recebem mais do que uma pessoa que vive sozinha.
Para ter direito ao Bolsa Família, a principal regra é que a renda de cada pessoa da família seja de, no máximo, R$ 218 por mês. Por exemplo, se apenas um integrante da família tem renda e recebe um salário mínimo (R$ 1.518), e nessa família há sete pessoas, a renda de cada um é de R$ 216,85. Como está abaixo do limite de R$ 218 por pessoa, essa família tem o direito de receber o benefício.
Para receber, é preciso estar inscrito no Cadastro Único, com os dados corretos e atualizados.
Esse cadastramento é feito em postos de atendimento da assistência social dos municípios, como os CRAS. É preciso apresentar o CPF ou o título de eleitor.
Mesmo inscrita no Cadastro Único, a família não entra imediatamente para o Bolsa Família. Todos os meses, o programa identifica, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas e que começarão a receber o benefício.