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Milho já começou a ser colhido, mas risco de estiagem e frio ameaça produção

Projeto Siga-MS aponta piores condições na região sul-fronteira, com 18% de lavouras consideradas ruins

| HELIO DE FREITAS, DE DOURADOS / CAMPO GRANDE NEWS


Lavoura de milho no município de Rio Brilhante, onde estiagem ameaça produção (Foto: Lucimar Couto)

A segunda safra de milho, semeada entre fevereiro e março, já começou a ser colhida em algumas regiões de Mato Grosso do Sul. Boletim semanal do projeto Siga-MS, da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS), mostra que 79,2% das lavouras são consideradas boas, 14,5% regulares e 6,3% foram avaliadas como ruins.

A maior preocupação ocorre nas regiões sul e fronteira, onde a estiagem e o frio podem afetar os resultados. O balanço de visitas feitas às áreas cultivadas foi fechado nesta terça-feira (17).

A estimativa para o milho da 2ª safra indica área cultivada de 2,103 milhões de hectares, com produtividade média de 80,8 sacas por hectare. A produção está estimada em 10,199 milhões de toneladas, representando aumento de 20,6% em comparação com o ciclo anterior.

Em 2025, a segunda safra de milho ocupa aproximadamente 47% da área destinada à soja no estado, redução significativa em comparação aos 75% que já ocupou anteriormente.

Conforme a Aprosoja, a cultura tem perdido força devido ao alto custo de produção e às condições climáticas adversas que estão afetando seu desenvolvimento. Esses fatores aumentam o risco associado à atividade. Por isso os produtores optam por diversificar as lavouras.

Até agora, a safra de milho apresenta ótimo potencial produtivo, principalmente devido ao bom volume de chuvas em abril. A geada leve da última semana de maio nas regiões centro e sul não causou danos significativos às lavouras. A colheita deve se estender até a última semana de agosto, com pico em julho.

Regiões – Formada por Aral Moreira, Amambai, Coronel Sapucaia, Tacuru, Paranhos e Sete Quedas, a região sul-fronteira tem o maior índice de lavouras consideradas ruins – 18%.

Conforme os técnicos do Siga-MS, as lavouras da região apresentam boas condições. No entanto, correm risco de sofrer com estiagem, vendavais e geada durante o ciclo. Foi observada média incidência de plantas daninhas; baixa incidência de percevejo-barriga-verde e lagarta-da-espiga em incidência de cigarrinha e pulgão.

Em relação às doenças, há baixa incidência de enfezamento pálido, cercosporiose e enfezamento vermelho e média incidência de mancha-foliar.

A região oeste, formada por Aquidauana, Miranda, Anastácio, Bodoquena, Porto Murtinho, Bonito, Nioaque, Maracaju, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Caracol e Bela Vista, tem 90% das lavouras em boas condições, 6% regulares e apenas 4% ruins.

A incidência de pragas e ervas daninhas varia de baixa à média e o risco maior é de efeitos da estiagem, vendavais e geada. O maior produtor nessa região é Maracaju, com 262 mil hectares ocupados com milho.

Formada por Dois irmãos do Buriti, Terenos, Sidrolândia, Campo Grande, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Brasilândia, a região centro tem 10% de lavouras ruins, média incidência de pragas e ervas daninhas e baixa incidência de doenças. O maior produtor é Sidrolândia, com 181 mil hectares.

A região sul, formada por Itaporã, Douradina, Dourados, Deodápolis, Angélica, Ivinhema, Glória de Dourados, Fátima do Sul, Vicentina, Caarapó e Juti, tem apenas 1% das lavouras consideradas ruins, com situação semelhante às demais em relação a infestação de ervas daninhas, praças e doenças. Dourados tem a maior área plantada – 173,9 mil hectares.

Na região sudoeste, formada por Antônio João, Ponta Porã e Laguna Carapã, 5% das lavouras foram avaliadas como ruins, 16% como regulares e 79% como boas. Ponta Porã é o maior produtor, plantando 175,8 mil hectares. Pragas, ervas daninhas e doenças têm incidência de baixa a média, mas as condições do clima também oferecem risco por estiagem, vendavais e geada.

Também ameaçadas por geadas e falta de chuva, as lavouras da região sudeste (Naviraí, Itaquiraí, Batayporã, Nova Andradina, Jateí, Eldorado, Anaurilândia, Iguatemi, Novo Horizonte do Sul, Bataguassu, Mundo Novo, Taquarussu e Japorã) têm 8% de ruins, 32% de regulares e R$ 60% de boas. Naviraí tem a maior área plantada – 66 mil hectares.

Na região norte (Sonora, Pedro Gomes, Corguinho, Coxim, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, Camapuã, Bandeirantes, Rio Negro, Corguinho, Rochedo e Jaraguari), 89% das lavouras foram classificadas como boas, 7% como regulares e 4% como ruins. A estiagem e vendavais são riscos para a lavoura. Maior produtor é São Gabriel do Oeste, com 81 mil hectares.

Por fim, a região nordeste (Alcinópolis, Costa Rica, Chapadão do Sul, Cassilândia, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Selvíria, Três Lagoas, Inocência, Água Clara, Paraíso das Águas e Selvíria) tem 93% das lavouras em boas condições, 1% regular e 6% ruins.

Com baixa incidência de ervas daninhas, pragas e doenças, a região pode sofrer com estiagem e vendaval. Costa Rica é o maior produtor, com 42,9 mil hectares.

Classificação - Para uma lavoura ser classificada como 'ruim', deve apresentar diversos critérios negativos, como alta infestação de pragas ou falhas no estande de plantas, desfolhamento excessivo, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, entre outros defeitos que causem perdas significativas de produtividade.

O quesito “regular' é atribuído a lavouras com poucos problemas relacionados a pragas, estande de plantas razoável e pequeno amarelamento das plantas em desenvolvimento.

Já a classificação 'boa' é dada a lavouras que não possuem nenhuma das características anteriores, com plantas saudáveis e que garantem boa produtividade.


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