Cotado para o governo e oposição a Riedel, deputado faz mistério sobre futuro no PL
| INVESTIGAMS/WENDELL REIS
O deputado estadual João Henrique Catan (PL), único opositor ao governador Eduardo Riedel (PSDB) na Assembleia Legislativa, está fazendo mistério quanto à permanência no Partido Liberal (PL) com a chegada de Reinaldo Azambuja (PSDB), que deve se filiar em breve.
Recentemente, Reinaldo afirmou que procuraria lideranças do PL para conversar, incluindo na lista João Henrique e o deputado federal Marcos Pollon. Indagado sobre a possibilidade de uma boa convivência, João disse que continuará na oposição ao governo Riedel e fez mistério sobre permanência ou não.
João Henrique era crítico a Reinaldo e continua na oposição ao governo Riedel. Na reunião dos deputados estaduais e federais com Jair Bolsonaro (PL), quando falaram sobre possível filiação de Reinaldo, foi citado como provável candidato do partido, caso lideranças do PSDB descumprissem o acordo.
A candidatura não foi adiante porque o PL se acertou com as lideranças do PSDB. Reinaldo deve comandar o PL em Mato Grosso do Sul, levando o partido a apoiar, novamente, Eduardo Riedel. Caminho diferente do escolhido por Catan em 2022. O partido fez aliança com Riedel, mas João Henrique apoiou Capitão Contar (PRTB). No ano passado, Bolsonaro escolheu Beto Pereira (PSDB) e depois Adriane Lopes (PP), mas João Henrique fez campanha para Rose Modesto (União) no segundo turno.
Próximo a Contar, o deputado poderia repetir a dobradinha de 2022, quando chegaram ao segundo turno da eleição para o Governo. Contar tem declarado que será candidato ao Senado e João poderia liderar a chapa de deputados no partido, criando até uma alternativa da direita mais bolsonarista para o Governo do Estado.
Caso resolva ficar no PL, João Henrique também tem a garantia de que Reinaldo Azambuja não vai prejudicar quem já estava na sigla e em defesa de Jair Bolsonaro. Este é um dos acordos feitos na articulação para filiação de Reinaldo.
Ciente da possibilidade de um crescimento da direita em uma eventual candidatura ao governo, o deputado prefere fazer mistério, que deve incomodar o grupo de Reinaldo e Riedel pelo menos até o último segundo da janela partidária, no próximo ano.