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Conheça instituto que vai abrigar onça que matou caseiro no Pantanal

Onça foi transferida para o Instituto Amparo Animal, que fica no município de Amparo, em São Paulo

| MIDIAMAX/MONIQUE FARIA


Macho de 94 quilos foi transferido para ONG em São Paulo (Saul Schramm,Secom)

Após ficar 21 dias em reabilitação no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande, a onça que atacou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, em Aquidauana, foi transferida para o Instituto Amparo Animal, que fica no município de Amparo, em São Paulo.

A ONG sem fins lucrativos atua no resguardo do bem-estar de animais silvestres e pets (cães e gatos). Fundada em 2010, o instituto é considerado o maior e mais relevante em proteção e defesa animal do Brasil.

Três anos após sua criação, a ONG recebeu do Ministério da Justiça o título de OSCIP (organização da sociedade civil de interesse público). Em 2019, entrou para a lista das 100 melhores ONGs do país.

Ampara Silvestre

O Ampara Silvestre, segmento do instituto voltado aos animais da fauna brasileira, foi criado em 2016, com o objetivo de salvar e proteger os animais silvestres. Ligados ao segmento, projetos são desenvolvidos pelo instituto com foco nesses em campanhas educativas, conscientização e preservação ambiental.

Um dos projetos é o Mantenedor da Fauna que, conforme descrição no próprio site do instituto, visa oferecer qualidade de vida para animais silvestres que “foram condenados ao cativeiro, vítimas da interferência humana”. Atualmente, a ONG abriga 8 onças-pintadas e 3 onças-pardas.

A BAAP (Base de Atendimento Ampara Animal) conta com recintos para a reabilitação e soltura de animais silvestres. Nela, há uma estrutura preparada para atendimento emergencial veterinário. Já o projeto ‘De Volta para a Casa’ visa o retorno de animais silvestres para a natureza.

O veterinário Jorge Salomão, responsável técnico da Ampara Silvestre, destacou que o local não recebe visitação.

“Todos os recintos são amplos, com áreas de mata nativa cercadas, buscando reproduzir ao máximo o ambiente natural. Temos espaços que variam de mil até quase seis mil metros quadrados. Acolhemos animais que, por diferentes razões, não podem mais ser reintroduzidos na natureza, cada um com sua história e necessidades específicas', explicou.

Relembre o caso 

Na segunda-feira (12), o laudo necroscópico que apura a causa da morte de Jorge Ávalo confirmou que ele foi vítima de um ataque de onça-pintada. O documento aponta que, no dia 21 de abril, o caseiro, conhecido como Jorginho, morreu em decorrência de um choque neurogênico agudo, provocado por ferimentos graves causados pelo felino em um pesqueiro na região do Touro Morto, no coração do Pantanal.

Com 13 páginas, o laudo descreve em detalhes os ferimentos que levaram à morte, ganhando grande repercussão. Segundo o delegado Luis Fernando Mesquita, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana, o ataque foi principalmente na cabeça e no pescoço da vítima.

“O laudo necroscópico concluiu que a causa da morte foi um choque neurogênico agudo, decorrente de ação perfurocontundente provocada por um animal carnívoro de grande porte, no caso, uma onça-pintada. As lesões atingiram principalmente a cabeça e a coluna cervical', explicou o delegado.

As investigações seguem em andamento, e, conforme Mesquita, o inquérito policial será encaminhado ao Ministério Público após sua devida instrução.


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