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CCR deixa obras na BR-163 para julho, mas promete meio bilhão em um ano

Expectativa era de que as obras começassem já neste mês, mas agora a empresa informou que por enquanto está fazendo a mobilização para as obras

| CORREIO DO ESTADO / NERI KASPARY


Maquinário da CCR às margens do anel viário, onde está havendo recuperação do pavimento e melhorias na sinalização desde maio - Marcelo Victor

Depois de anunciar, durante o leilão do dia 22 de maio na B3, que as obras na BR-163 em Mato Grosso Sul começariam em junho deste ano, a CCR MSVia, informou, em nota enviada ao Correio do Estado nesta terça-feira (24), que o início ficou para julho. Mas, garantiu que os investimentos no primeiro ano do novo contrato vão superar os R$ 500 milhões, sendo R$ 130 exclusivamente na melhoria do pavimento. 

Minutos antes de bater o martelo na Bolsa de Valores, um dos acionistas da Motiva, Eduardo Camargo, afirmou que “o nosso compromisso interno é já dar ordem de serviço para início da mobilização das obras a partir de junho. Então, a Motiva está pronta para iniciar todas as intervenções previstas neste contrato. Precisamos iniciar obras imediatamente”, declarou o executivo. 

Apesar da promessa, resta menos de uma semana para o fim do mês e os prometidas obras não começaram. A desconfiança dos usuários da rodovia com relação ao cumprimento das promessas feitas pela CCR está baseada em dez anos de frustração com a concessionária.

O grupo empresarial havia assumido o compromisso de duplicação total da rodovia, mas implantou a benfeitoria em locais sem necessidade somente para poder dar início à cobrança de pedágio e depois disso suspendeu os investimentos. 

Na nota, a empresa informou que “já iniciou, neste mês de junho, a mobilização para as obras previstas na otimização do contrato de concessão, na BR-163/MS. Essa etapa inclui a contratação de fornecedores, equipes técnicas e operacionais, licenciamentos, além da organização de recursos logísticos que irão atuar ao longo da rodovia. Esta fase é essencial para garantir que a execução física das obras ocorra com eficiência e segurança a partir de julho, mesmo antes da assinatura do termo aditivo, previsto para agosto”. 

Entre junho de 2021 e dezembro do ano passado os investimentos ficaram praticamente paralisados. Agora, porém, segundo a concessionária que renovou o contrato por mais 29 anos, informou que “já retomou os investimentos na rodovia com a obra de restauração do pavimento e sinalização horizontal no anel viário de Campo Grande, entre os quilômetros 468 e 484 da rodovia, iniciada em maio”.

Inicialmente, “o plano de obras do primeiro ano prevê intervenções em diversas cidades, incluindo Mundo Novo, Itaquirai, Naviraí, Campo Grande e o distrito Anhanduí, Jaraguari, Bandeirantes, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Coxim”, informou a empresa que agora se auto-denomina Motiva.

Sem especificar muitos detalhes, a concessionária informou que “entre os serviços previstos estão duplicações, faixas adicionais, novos acessos, retornos, marginais e a implantação de um Ponto de Parada de Descanso (PPD).” 

No contrato de concessão estão previsos 203 quilômetros de duplicações,  150 quilômetros de terceira faixa e em torno de 25 quilômetros de contornos rodoviários, retirando o tráfego de cidades como Mundo Novo Eldorado e Itaquiraí, por exemplo. 

De acordo com o edital do leilão, a duplicação dos 25 quilômetros do anel viário de Campo Grande precisa ser concluída em apenas cinco anos. O trecho representa menos de 4% dos 845 quilômetros da rodovia, mas concentra quase 20% dos acidentes e das mortes. 

A CCR MSVia assumiu a rodovia em 2013 e depois de duplicar 150 quilômetros em locais aleatórios começou a cobrar pedágio, em setembro de 2014. Depois disso, porém, as duplicações pararam e agora o novo contrato retirou a exigência de duplicar toda a estrada, a não ser que o tráfego aumente significativamente. 


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