Colheita do milho safrinha chega a 10,2% do território plantado em MS
Pico da colheita deve ocorrer no mês de julho, estima a Aprosoja
| GUSTAVO BONOTTO / CAMPO GRANDE NEWS
Colheita de milho safrinha em MS atinge 10,2% da área plantada. Produtores enfrentam dificuldades com umidade dos grãos e falta de caminhões para transporte, resultando em atraso. Região central lidera o processo, com 12,5% da área colhida. A expectativa é que o pico da colheita ocorra em julho, estendendo-se até agosto. Umidade elevada e falta de transporte impactam colheita de milho. Preços baixos e dólar em queda também pressionam o mercado. Déficit de armazenagem preocupa e pode afetar a rentabilidade dos produtores. Clima favorável com tempo firme e sol previsto para os próximos dias deve auxiliar no avanço da colheita.
Até o momento, aproximadamente 214 mil hectares foram colhidos. A expectativa é que o pico da colheita aconteça em julho, com a operação se estendendo até a última semana de agosto. Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja, explica que o atraso se deve à umidade dos grãos.
'Normalmente, o produtor evita os custos com a secagem artificial, preferindo deixar o milho secar naturalmente na lavoura'. Ele destaca que 'como é uma cultura que tolera mais tempo no campo, não há tanta pressa para colher, especialmente quando os preços pagos pelo grão estão desfavoráveis'.
A falta de caminhões também tem dificultado o escoamento da produção, especialmente na região central do Estado. Gabriel Balta afirma que o problema é 'pontual e temporário' e deve ser resolvido nas próximas semanas. 'O pico da colheita geralmente ocorre a partir de julho, então a tendência é que a situação se estabilize nas próximas semanas', diz.
Em Chapadão do Sul, o atraso no plantio da soja, em 2024, também afetou o início da colheita do milho. O produtor rural e diretor da Aprosoja, Pompílio Silva, comenta: 'O que ocorreu aqui no Chapadão é que a gente teve um certo atraso no plantio da soja, ainda em 2024'. Esse atraso fez com que o milho na região fosse plantado entre fevereiro e março, o que impactou diretamente o início da colheita.
No aspecto econômico, Mateus Fernandes, analista de Economia da Aprosoja/MS, observa que o aumento da oferta de milho tem pressionado os preços do grão para baixo. 'Ao analisarmos o mercado como um todo, o dólar tem diminuído também, o que interfere diretamente no preço do milho', explica. Além disso, a falta de capacidade de armazenagem no Estado é uma preocupação. 'O déficit de armazenagem pode ser um fator crucial para determinar as margens de lucro dos produtores', alerta Fernandes.
A previsão do tempo para os próximos dias é de tempo firme e sol em todo o Estado, sem chuvas significativas.