PUBLICIDADE

Advogada envolvida em esquema de tráfico é presa 10 dias após operação

Ela era um dos alvos de operação do Gaeco contra quadrilha que comandava o tráfico a partir de presídios e estava foragida

| JORNAL GRANDOURADOS GLAUCEA VACCARI


Operação apreendeu dinheiro e armas de criminosos - Foto: Divulgação / MPMS

A advogada Aline Gabriela Brandão, apontada como integrante de uma organização criminosa que comandava o tráfico de drogas a partir de presídios, foi presa nessa segunda-feira (17). Ela estava entre os alvos da operação Blindagem, deflagrada no dia 7 de novembro pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e estava foragida desde então.

O mandado de prisão foi cumprido ontem, quando a própria advogada se apresentou na delegacia, e ela passou por audiência de custódia nesta terça-feira (18). Como havia um mandado de prisão, a audiência é realizada apenas para o juiz analisar eventual violação dos direitos do preso.

No caso da advogada, conforme consta no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), foram 'preenchidos os requisitos legais e assegurados os direitos constitucionais da presa'.

A Operação Blindagem foi deflagrada no dia 7 de novembro com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa dedicada ao tráfico interestadual de entorpecentes, corrupção ativa e passiva, usura, comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de capitais que atuava dentro de um presídio.

A estrutura era comandada de dentro do sistema prisional e contava com uma rede de colaboradores em Campo Grande, Aquidauana, Anastácio, Corumbá, Jardim, Sidrolândia, Ponta Porã e Bonito, além de integrantes nos estados de São Paulo e Santa Catarina.

Foram cumpridos dezenas de mandados judiciais, que culminou na prisão de 30 pessoas envolvidas diretamente com o esquema de tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

De acordo com o MPMS, as investigações duraram mais de dois anos e revelaram que a organização criminosa atuava em diversas frentes, enviando drogas para cidades do interior do Mato Grosso do Sul e para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Acre, Maranhão e Goiás, utilizando diferentes métodos. 

Um método de destaque era a utilização de caminhões com fundo falso para garantir a ocultação dos entorpecentes, ao passo que, no compartimento de carga, transportavam produtos lícitos do gênero alimentício, acompanhados de nota fiscal, visando a dificultar que órgãos de repressão descobrissem tal estratégia em eventual fiscalização nas estradas.

A liderança da organização, mesmo presa, mantinha o controle das operações por meio de celulares e acesso privilegiado a informações sigilosas, obtidas com o auxílio de servidores públicos cooptados.

O nome da operação, “Blindagem”, faz referência à proteção que os líderes da facção recebiam dentro do sistema prisional, incluindo a transferência de inimigos para outras unidades e o acesso a dados restritos.


PUBLICIDADE
PUBLICIDADE