A Polícia Federal prendeu em Dourados, nesta quarta-feira (26), um dos suspeitos de integrar uma organização criminosa internacional responsável por enviar grandes carregamentos de drogas para a Europa. A ação faz parte da terceira fase da Operação Hinterland, que resultou no sequestro de R$ 300 milhões em bens do grupo, incluindo 27 veículos e 43 imóveis no Brasil e no Paraguai.

Segundo a PF, a quadrilha mantinha ramificações no Brasil, Paraguai e Holanda, operando uma rota que levava entorpecentes até Montenegro, nos Bálcãs — região que faz fronteira com Albânia, Bósnia, Croácia, Herzegovina, Kosovo e Sérvia. O grupo teria enviado ao menos 12 toneladas de cocaína ao continente europeu.

A operação foi realizada simultaneamente em três países. No Brasil, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e três prisões preventivas, distribuídos da seguinte forma:

Campo Grande: 5 mandados de busca

Ponta Porã: 6 mandados de busca

Dourados: 5 mandados de busca e 1 prisão preventiva

Porto Velho (RO): 1 prisão preventiva

No exterior, agentes cumpriram ordens judiciais em:

Amsterdam, Holanda – busca e apreensão

Yby Yau, Paraguai – busca, apreensão e prisões preventivas

Ligação com máfia dos Balcãs

As apurações conduzidas pela PF, Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e MPF ganharam força após a apreensão de três toneladas de cocaína em Pelotas (RS). A partir desse carregamento, os investigadores chegaram a um comprador ligado a uma das máfias mais atuantes nos Balcãs.

De acordo com a PF, esse grupo controlava toda a cadeia logística do narcotráfico: desde a compra da droga produzida em países andinos até a exportação pelos portos europeus. A estrutura permitiria ao grupo operar com alto volume e sofisticação.